A noção de que a Terra poderia ter sido visitada por alienígenas é um conceito que está ganhando mais espaço.

A noção de que a Terra poderia ter sido visitada por alienígenas é um conceito que está ganhando mais espaço.

Um em cada cinco habitantes do Reino Unido sente que a Terra foi visitada por alienígenas e cerca de 7% sentem que viram um OVNI.

Os números para os EUA são maiores, com 24% afirmando ter visto um OVNI. E esses números estão aumentando.

Vinte anos atrás, 20% dos americanos acreditavam que ver um OVNI é evidência de vida em outros mundos; esse número é de até 34% hoje. Isso me parece um pouco paradoxal. Não temos nenhuma evidência de que existam tais seres; e certamente, dadas as enormes distâncias entre os sistemas estelares, parece um pouco estranho que só aprenderíamos sobre essas coisas por meio de uma visita. Mais provavelmente, a evidência de sua presença viria de sinais transmitidos para planetas distantes.

Um dos meus artigos que foi aceito para publicação no Proceedings of the International Astronomical Union, eu afirmo que a crença em visitantes extraterrestres não é mais uma raridade, mas um problema social generalizado.

A crença está crescendo a ponto de — pelo menos nos Estados Unidos — os políticos sentirem que precisam responder a ela.

A atenção no país se concentrou na divulgação de informações pelo Pentágono sobre supostos Fenômenos Anômalos Não Identificados (FAN em vez de OVNI).

Muito disso depende da retórica que ambos os lados estão dispostos a usar. Como a ideia de que os militares mais uma cabala secreta de interesses comerciais privados são o que está mantendo a verdade mais profunda sobre a visitação alienígena escondida. Acredita-se que essa verdade envolva avistamentos, abduções e tecnologia alienígena de engenharia reversa. O caso para um encobrimento

A crença no encobrimento é ainda maior do que a crença na visitação extraterrestre. Em 2019, uma pesquisa Gallop descobriu que 68% dos americanos acreditam que "o governo dos EUA sabe mais sobre OVNIs do que diz". Essa tendência vinha se formando há décadas. Jimmy Carter prometeu divulgar os documentos durante sua campanha presidencial de 1976, vários anos depois que ele próprio relatou ter visto um OVNI. Como em tantos outros avistamentos, a explicação mais simples é que ele viu Vênus (o que acontece com muita frequência). Hillary Clinton também sugeriu que queria "abrir os arquivos [do Pentágono] o mais rápido possível" durante sua campanha presidencial contra Donald Trump. Enquanto isso, Trump sugeriu que teria que "pensar" se era possível desclassificar os chamados documentos de Roswell (relacionados ao famoso suposto acidente de OVNI e recuperação de corpos extraterrestres). Clinton disse que de fato havia enviado seu chefe de gabinete à Área 51 para verificar os rumores de que havia uma espaçonave na base supersecreta da Força Aérea dos EUA. Para registro, Podesta foi, por muitos anos, um grande fã de tudo relacionado a OVNIs. O mais importante defensor atual da divulgação de documentos é o líder democrata do Senado Chuck Schumer. O Projeto de Lei de Divulgação de UAP de 2023 foi assinado por três senadores republicanos. Houve uma promessa pública quando ele assumiu a presidência de abrir, e até hoje, nada foi material. Nenhum contato. Não há nem algo próximo. No entanto, o burburinho não para. Problemas para a sociedade Eventualmente, todo esse tópico sustenta teorias da conspiração, que podem corroer a confiança das instituições democráticas. Houve convites cômicos para invadir a Área 51. E após a invasão do Capitólio em 2021, isso agora parece uma opção insegura.

O barulho dos OVNIs pode, no entanto, impedir a comunicação científica legítima sobre a chance de descobrir vida microbiana alienígena.

A astrobiologia tem um departamento de publicidade muito menos eficiente do que o estudo dos OVNIs. Um canal do YouTube parcialmente de propriedade da Disney - um programa apresenta regularmente programas sobre "alienígenas antigos".

Está em sua 20ª temporada e o canal tem 13,8 milhões de assinantes. O Astrobiology Channel da NASA tem honrados 20.000 assinantes. A ciência real é superada em número pelo entretenimento que é feito e apresentado como se fosse fato.

A ameaça aos povos indígenas

Além disso, narrativas de visitação extraterrestre têm repetidamente tentado sequestrar e sobrescrever a história e a mitologia dos povos indígenas.

As primeiras sementes de tal ideia foram semeadas por uma história de ficção científica "Explosão: A História de uma Hipótese", escrita por Alexander Kazantsev em 1946.

O artigo apresenta o evento de impacto do meteorito Tunguska de 1908 como devido a uma explosão do tipo Nagasaki do motor de uma nave espacial extraterrestre.

Como a história de Kazantsev, o gigante negro sobrevivente foi deixado para trás, dotado de poderes especiais de cura, eventualmente adotado como xamã pelo povo indígena Evenki. A NASA e a comunidade de ciência espacial apoiam esforços como os Native Skywatchers, nascidos das comunidades Ojibwa e Lakota, para manter vivas as histórias das estrelas. Há uma rede realmente ampla de estudos indígenas sobre essas questões.

Mas o que alguns ufólogos fazem é misturar histórias indígenas reais de vida no céu com histórias de OVNIs imaginárias, reembaladas como história oculta. No entanto, a narrativa moderna de visitação extraterrestre não surgiu de comunidades indígenas; muito pelo contrário. Ela surgiu em parte como uma forma de teóricos da conspiração de uma Europa racialmente dividida "explicarem" como civilizações urbanas complexas existiam em lugares como a América do Sul antes da colonização europeia.

Ela foi invertida pela contracultura da Nova Era na década de 1960 para valorizar os povos indígenas como possuidores de tecnologia avançada.

Houve um tempo em que, de acordo com essa visão, toda civilização indígena era Wakanda.

Se tudo isso permanecesse em sua categoria adequada, como ficção divertida, então tudo ficaria bem. Como não está.

Este é um problema para todos, não apenas para os povos indígenas que lutam para continuar suas tradições autênticas.

Ele ameaça nossa compreensão do passado porque, quando se trata de conhecer nossos ancestrais remotos, os vestígios da narrativa pré-histórica são poucos e distantes entre si.

Tomemos como exemplo a história indígena sobre as estrelas.

Traços de narrativa pré-histórica: por exemplo, os contos das Plêiades, que em sua forma padrão datam de pelo menos 50.000 anos.

Talvez as histórias em questão tenham sofrido um ataque tão severo por parte de expoentes da visitação extraterrestre, alguns dos quais até mesmo pretendem ser "pleiadianos".

Isso ocorre porque os pleiadianos não se parecem com Lakota ou Ojibwa, mas, surpreendentemente, são loiros, de olhos azuis e nórdicos.

É evidente que a crença na visitação extraterrestre não pode mais ser descartada como um passatempo inofensivo com a quantidade de dano real que ela inflige.

Um em cada cinco habitantes do Reino Unido sente que a Terra foi visitada por alienígenas e cerca de 7% sentem que viram um OVNI.

Os números para os EUA são maiores, com 24% afirmando ter visto um OVNI. E esses números estão aumentando.

Vinte anos atrás, 20% dos americanos acreditavam que ver um OVNI é evidência de vida em outros mundos; esse número é de até 34% hoje. Isso me parece um pouco paradoxal. Não temos nenhuma evidência de que existam tais seres; e certamente, dadas as enormes distâncias entre os sistemas estelares, parece um pouco estranho que só aprenderíamos sobre essas coisas por meio de uma visita. Mais provavelmente, a evidência de sua presença viria de sinais transmitidos para planetas distantes.

Um dos meus artigos que foi aceito para publicação no Proceedings of the International Astronomical Union, eu afirmo que a crença em visitantes extraterrestres não é mais uma raridade, mas um problema social generalizado.

A crença está crescendo a ponto de — pelo menos nos Estados Unidos — os políticos sentirem que precisam responder a ela.

A atenção no país se concentrou na divulgação de informações pelo Pentágono sobre supostos Fenômenos Anômalos Não Identificados (FAN em vez de OVNI).